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17 de abr. de 2011

A empresa GUASCOR filial Sediada em Muaná

Ganha o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho (PSQT) 2010

 

O município de Muaná, situado na região dos campos do Marajó, vive Miguel da Silva Pereira, de 40 anos. Todos os dias, bem cedinho, ele toma uma xícara de café preto bem forte para afastar a preguiça e seguir para o trabalho. Ao chegar, ele cuida sozinho de pelo menos 30 criaturas. "Bom dia, meninas! Como estão?", cumprimenta.

 

E quem pensou se tratar de crianças ou animais de estimação se enganou. Miguel é o hortaleiro da empresa Guascor do Brasil, atividade que leva tão a sério que praticamente se considera pai de todas elas; afinal as acompanha desde o seu nascimento.

"As plantas são seres vivos assim como nós, portanto merecem todo o nosso respeito. Além disso, são elas que nos fornecem tanto a sombra quanto o alimento que precisamos. Tenho muito orgulho do meu trabalho e de cuidar delas todos os dias", explica Miguel, que, além da atenção e cuidados diários, também conversa com as plantas para que cresçam saudáveis e vistosas.

Tudo isso faz parte do Projeto Seara, idealizado pela empresa Guascor, que desenvolveu uma horta orgânica comunitária na Usina de Muaná, com intuito de estimular tanto a consciência ambiental quanto a agricultura familiar para os ribeirinhos e população em geral daquele município. Além disso, pretende incentivar o consumo de hortaliças e legumes para uma alimentação saudável, principalmente entre as crianças. Toda produção, aliás, é doada e recebe visitas escolares com palestras ao ar livre.

Em andamento desde 2008, o projeto foi agraciado nacionalmente com o primeiro lugar do Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho 2010, na categoria Desenvolvimento Socioambiental - Grande Empresas, em nível estadual. Também participam do projeto a Prefeitura Municipal de Muaná, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), sociedade civil organizada, Rede Celpa, Associação dos Colonos de Muaná, Associação Esportiva Mocajuba, Comunidade Católica Nossa Senhora de Nazaré, Rádio Muaná FM e secretarias municipais.

Uma ideia simples que já está mudando a realidade de muitas pessoas. "A empresa Guascor está presente no Pará com 23 usinas espalhadas em vários municípios do Estado, onde também desenvolvemos outros projetos, como a biblioteca popular "Marcela Bragatto". Nossa filosofia é a proteção do meio ambiente para a proteção da vida. E nossa horta orgânica, a ‘menina dos olhos’ do momento, que serve não apenas para complementar a merenda escolar das escolas da zona rural, mas também para mostrar aos jovens e adultos sua importância para uma alimentação saudável ou mesmo servir de fonte de renda para toda uma família", resume o gerente de meio ambiente da Guascor, Ronaldo Coelho.

Empresa, população e estudantes juntos

Miguel da Silva Pereira, que além de ser hortaleiro é o servente da empresa no município, resolveu construir sua própria horta no quintal de sua casa. "Acho que foi um processo natural. Cuidar das plantas é uma tarefa tão relaxante para mim que praticamente não sinto que estou trabalhando. Chego na empresa às 8 horas e fico até as 11 horas, depois retorno às 15 horas e permaneço até as 18 horas. Nesse período eu arejo o adubo, podo e reparo se plantas estão crescendo normalmente, entre outras coisas. Aliás, se você não cuidar dela (a horta) todos os dias ela não produz nada", conta, afirmando ainda que não usa nenhum tipo de produtos químicos.

Dentre os alimentos produzidos estão legumes, frutas e verduras como tomate, alface, cebolinha, cenoura, couve-flor, feijão verde, coentro, salsinha, pimentão, chicória, alfavaca, gengibre, cominho, repolho, maracujá, melancia e vários outros, totalizando cerca de 30 variedades.

O custo do projeto foi de cinco mil reais, desde a implantação até a produção final. Em 2010, foram 29 pessoas capacitadas, entre funcionários e colaboradores da empresa Guascor e moradores locais, além de cerca de 300 alunos de escolas rurais beneficiados diretamente com uma produção superior a 11 mil maços de hortaliças e 200 quilos de frutas e legumes, distribuídos mensalmente entre as escolas e a população em geral.

Desafio maior é mudar o hábito alimentar

A maior dificuldade do projeto é instituir um novo hábito alimentar entre as crianças, cuja dieta é composta principalmente por peixes, camarão e açaí, abundantes no município. Realidade que já está mudando. "A maioria das crianças muanenses não está acostumada com verduras e legumes, mas isso está mudando pelo menos nas escolas. Para muitas crianças a merenda escolar representa o único prato do dia, portanto não podem desperdiçar. E aos poucos elas estão aceitando esses alimentos e compreendendo sua importância para a saúde e bem-estar delas", destaca Miguel.

A escola municipal Coronel João Câncio da Silva Brabo, situada próximo à empresa Guascor, é uma das beneficiadas. "Somos parceiros do projeto desde o início e, com as palestras de educação alimentar e ambiental, observamos que nossas crianças vêm mudando seus hábitos alimentares. Mais do que isso é o interesse em levar esse conhecimento para suas casas, seus familiares, e participar da construção da horta orgânica da escola. Nela plantaremos couve-flor, cheiro verde, abóbora, caruru, pimentinha e maxixe, alimentos que eles já estão acostumados a comer", enfatiza a diretora Maria Darci Ferreira.

Reconhecimento às indústrias

O Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho (PSQT) é uma homenagem às indústrias que investem em programas e projetos que melhoram a qualidade de vida dos seus funcionários e existe há 14 anos. A premiação também reconhece as empresas que desenvolvem uma gestão com foco na valorização dos seus trabalhadores. "Trabalhar aqui é sensacional, somos poucos funcionários, mas todos nós cuidamos uns dos outros. Estou na empresa há sete anos e posso afirmar que somos uma família dentro e fora do ambiente de trabalho", destaca o chefe da Usina de Muaná, Jair Malato, de 36 anos.

Para ele e os demais colegas, o prêmio veio coroar uma política de valorização que abrange não apenas quem trabalha na empresa, mas todos aqueles que são beneficiados por seus serviços. Visa também despertar empregados e empregadores para o exercício da cidadania nas relações de trabalho, além de estimular as empresas para que incorporem a responsabilidade social em suas estratégias. "Esse prêmio é mais uma vitória que espelha a linha de trabalho e pensamento da empresa: envolvimento e participação dos colaboradores e das comunidades, em favor do bem comum", afirma o presidente da Guascor no Brasil, Joaquim Pereira.

Fonte: Jornal Amazonia (17/04/2011) e GUASCOR

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